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Acedia – O demônio da preguiça

Estara dormindo em minha cama beliche, na parte superior quando apercebi consciência ainda no sono. Para ter certeza que era o "mundo astral", joguei meu corpo da cama... neste momento eu parecia cair e logo após sentia que flutuava em meu quarto.

Um momento depois, jazia no chão e algo brilhara ao que parece acima de minha cabeça, como as representações da pineal emitindo um feixe branco a partir do entrecenho; e graduou-se para outra cor, semelhante a "maravilha".

[Fim do Estágio I do sono]


[Segundo estágio]

Logo após, tive a impressão de estar embaixo da terra ou algum lugar muito escuro. Então eu tentei olhar para mim mesma, quem era eu neste mundo e eu vi uma múmia enfaixada, porém o olhar era de uma mulher jovem.

Deitada ao lado de um outro ser desconhecido, tentei toca-lo e virar totalmente seu rosto, porém sem êxito. Ao insistir, pareceu que a figura da múmia transformou-se em uma boneca loura ou uma criança imóvel. Tinha olhos abertos e pele muito intacta. Viva, mas com aspecto de uma escultura de cera. Neste momento me indago: "Onde estou?" e veio-me a compreensão. Estava em um esquife, no interior dele. Por isso havia terra e quase total escuridão... eu tentava retirar uma venda em meus olhos que impediam-me de ver a totalidade das coisas, mas não era eficaz. 

Então o caixão foi ficando cada vez mais estreito e algo fazia uma pressão, como que comprimindo meu corpo. Os seres sumiram e eu dediquei este instante solene para orar e agradecer pela oportunidade desta experiência. Imaginei que estava no fim do desdobramento e sentia-me muito abençoada pela vida. Então eu apareci sentada na minha cama sem conseguir ver muito além do quarto escuro e eu pensei: "Este é o meu subconsciente, o meu mundo interno mal explorado" e fiz uma petição para que Meu Senhor, Meu pai, Meu Deus interno levasse-me a um local diferente.
Então houve uma luz, agora dourada em minha pineal e eu continuei ao que parecia, em minha cama; porém a luz dourada iluminava o breu do cômodo.

E surgiu um demônio negro subitamente enquanto eu observara essa transição de imagens e cores. Esse demônio parecia feito de cabelos muito negros; evidente que não eram madeixas e sim fios de energia astral que formavam o tenebroso. E esse começou a mexer-se e mostrar mais da sua aparência repugnante.
Mil olhos se abriram neste demônio, braços também. E os fios negros dançavam e embaraçavam-se em volta e dentro dele. Eu, em um ato de bravura perguntei "Quem és Tu, criatura?" E essa não me respondia, mas estava preparando-se para tocar em mim e eu repeti "Quem és?" e o demônio começou a tomar a aparência de um animal, uma preguiça e eu falei fortemente "Quem és tu? É o Ego da Preguiça?!" e o demônio entrou em um acesso de fúria e eu não deixei de encará-lo.
Ele tentou consumir-me, agarrando-se em meu corpo e abrindo os mil olhos (e uma boca talvez, não pude definir). Meu rosto ficou pressionado, como se alguma força invisível apertasse meu rosto e ombros quando a criatura horrenda tentava atacar e eu entoei um mantra, com muita fé:

"Klim, Krishnaya, Govindaya, Gopijana, Vallabaya, Swaha!!"

Entoei por duas ou três vezes e abri as duas mãos à frente da criatura enquanto fazia o mantra sindhi, afastando-a. E essa besta não conseguia ferir-me e eu dizia: "Eu não tenho medo! Eu não tenho medo de você!!" e mais uma vez eu tentei tirar a venda de meus olhos, mas mesmo tirando parecia ter muitas e muitas vendas cobrindo minha visão.

Aos poucos o ser foi desvanescendo até que eu não enxergasse-o mais. Acordei.

[Fim da experiência]

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