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O que é uma Taberna?

A etimologia da palavra é grega ταβέρνα, no literal podemos decifrá-la como ''oficina" ou "abrigo".

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A Taberna (ou Taverna que também é um termo correto) é um estabelecimento para vendas de diversas bebidas, aperitivos ou petiscos.Comumente não serve pratos, não é uma espécie de restaurante, necessariamente falando, e sim um bar.

As práticas neste local eram diversas. Na tradição suméria, a mais antiga que temos conhecimento sobre tabernas (3.500 a.C.) a cultura era beber cerveja e outras bebidas alcoólicas como vinho, sidra.
Este local na Idade Média era um local de lazer, algo prazeroso e também para descanso de viajantes de longas jornadas. Em alguns casos também eram prostíbulos, já outros não permitiam se quer a entrada de mulheres. Haviam jogadores, fumantes, ladrões, mercenários,camponeses, damas e cavalheiros. Todo o tipo de classe podia ser observado, exceto as tabernas que restringiam certas pessoas e comportamentos.

  Os serviçais das tabernas, tradicionalmente eram mulheres. Mas é claro que houveram taberneiros e taberneiras servindo seus clientes, em países diversos e culturas distintas.
  No período europeu renascentista, os que mais frequentavam este lugar eram os jovens estudantes que compunham poesias e músicas.
 Vários autores,diretores, poetas, escritores, músicos tanto nacionais quanto internacionais inspiraram-se neste cenário para narrar suas aventuras ou simplesmente o cotidiano da época.

Misticismo e fantasias dentro das tabernas 
  Inúmeras lendas apontam que as tabernas não eram frequentadas somente por pessoas normais. Também era um ponto de encontro de covens (grupo de bruxos), alquimistas, pagãos. Estes realizavam muitos de seus estudos neste local, bem como praticavam celebrações e rituais dentro da taverna.

  
Diziam que houveram locais como este para refugiar as vítimas do Santo Ofício/Inquisição e as tabernas que mantinham muitas regras ocultavam práticas esotéricas e Seitas obviamente proibidas no mundo exterior.
Não podemos esquecer dos nossos grandes piratas, que nos filmes foram retratados como grandes negociadores, jogadores, ladrões, trapaceiros, briguentos e canalhas dentro das tabernas.

Simbologia dos Corvos na Taverna
  A Taberna foi batizada como "dos corvos", devido aos arquétipos e simbologia totêmica do animal corvo. Esta ave negra associa-se com poderes extrassensoriais relacionados à visão espiritual, atemporal, agindo como psicopompo, presente em diversas mitologias. Como totem, é um animal xamã que manifesta a essência da alma, que está selada ao Ser desde o seu nascimento, ao contrário de outros animais de poder e proteção que podem ser evocados no xamanismo para auxiliar o xamã, curandeiro, mago e afins com seus poderes e qualidades naturais provindas da Mãe Terra Divina.
  Seja como totem ou animal de poder para viagem astral, meditação, evocação e etc, esta linda espécie de ave é guardiã dos Mistérios Esotéricos, da Magia, dos presságios e predições. Em algumas culturas é um arquétipo de morte, guerra pelo seu ocultismo e obscuridade, pois é uma ave extremamente assustadora ao grasnar, suas penas pretas geram impressões densas, de escuridão, do vazio; provido de uma inteligência e astúcia incomum comparada a outros animais da mesma classe, verificadas estas habilidades em testes científicos (clique aqui para ler sobre a ciência e estudos de cognição do corvo).
  E é definitivamente por este motivo que a taverna é 'dos corvos', pois este recinto representa todos os Místérios, a prática da magia, da inteligência originária da Natureza, das predições e divinações com suporte do Espírito do corvo.
  Na Alquimia, o Corvo simboliza os primeiros estágios da transmutação, a putrefação da matéria, o estado primal do Iniciado no conhecimento hermético, quando sua energia ainda não está depurada (clique aqui e assista um vídeo sobre Alquimia), porém é apenas uma metáfora e possuir este guardião não significa necessariamente que exista um estado perpétuo de densidade em nós, apenas um aspecto mais "trapaceiro", astuto, sombrio e destemido de sondar o Universo e vivê-lo através do Vazio (escuridão do espaço).

O que representa a Taberna dos Corvos dentro de nossa psique?
  Conforme o dicionário Junguiano "A Critical Dictionary of Jungian Analysis © 1986 Andrew Samuels, Bani Shorter, Alfred Plaut" , o corvo encaixa-se na classificação de psicopompo: "A figura que guia a alma em ocasiões de INICIAÇÃO e transição: uma função tradicionalmente atribuída a Hermes no MITO grego, pois ele acompanhava as almas dos mortos e era capaz de transitar entre as polaridades (não somente a morte e a vida, mas também a noite e o dia, o céu e a terra). No mundo humano, o sacerdote, xamã, feiticeiro, e médico são alguns que foram reconhecidos como capazes de preencher a necessidade de orientação e mediação espirituais entre mundos sagrados e seculares. Jung não alterava o significado da palavra, porém a usava para descrever a função da ANIMA E ANIMUS em conectar uma pessoa a um sentimento de seu propósito ultimo, sua decisiva vocação o destino; em termos psicológicos, atuando como um intermediário ligando o EGO e o INCONSCIENTE".
  Diante desta citação, o arquétipo do Corvo assimila-se à experiência de morte e vida, devido às suas características necrófagas, atuando como um viajante que supera o tempo-espaço, transitando entre os planos e dimensões conhecidas ou não à humanidade. É um agente no plano mental e espiritual, libertando a visão para expansão da mente, transcendendo à Consciência e transformando a psique afim de acessar a Alma e desprender faculdades internas que podemos considerar sobrehumanas em casos extraordinários, visto que o cientifismo é uma barreira limitante na exploração da existência, da alma, da Consciência e a superação da mente e corpo.
  Portanto, utilize sua imaginação, percepção para desvendar o conhecimento oculto, para gerar conexão com arquétipos diversos, apreciar a natureza e origem de todas as coisas e banhar-se de sabedoria antiga, rompendo paradigmas sem abandonar a Ciência e a Filosofia.

Direitos autorais reservados, clique para mais informações sobre LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998

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